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domingo, 27 de fevereiro de 2011

REFLEXÃO SOBRE A QUARESMA

A Quaresma e o deserto


A Quaresma traz-nos aos olhos a velha imagem do deserto. Gerações de cristãos, seguindo o Povo de Deus e acompanhando a Cristo, têm sentido seu chamado em seu caminho de busca de Deus até convertê-lo em elemento básico de sabedoria cristã.

Lugar para o encontro com Deus

O deserto é um dos conceitos bíblicos de significado mais profundo. Pertence à sabedoria básica do homem espiritual. Fez-se caminho obrigatório para o povo de Deus até a terra prometida e lugar do encontro com Deus. Moisés, Elias, João o Batista e mesmo Jesus, foram homens do deserto. O deserto é esse espaço hostil, que obriga à luta tanto como à confiança, e se converte em pedagogia de Deus para avançar, intensificar o olhar vigilante e interiorizar a fé, a fim de reconhecer a presença de Deus e denunciar toda a idolatria.

Espaço de misericórdia

Na mentalidade do povo de Deus, o deserto era o âmbito reservado aos malditos e aos deserdados. No entanto, em seu passo errante e obrigado por ele, é onde experimentará as maiores manifestações de amor por parte de Deus. Ali é onde Deus estabeleceu sua Aliança com seu povo e onde este a porá a prova uma e outra vez até que fique sobradamente confirmada. A misericórdia de Deus brilhará deslumbrante sobre a ingratidão do povo. E o deserto será testemunha privilegiada dessa ação salvífica, misericordiosa, de Deus. Aos prodígios iniciais da libertação e da aliança vai-se somando a superação das provas e das tentações, através das quais o povo experimenta como o amor de Deus se expressa em termos íntimos de noivado e de casamento místico: "Eis o que diz o Senhor: foi concedida graça no deserto ao povo que o gládio poupara. Dentro em pouco Israel gozará de repouso. De longe me aparecia o Senhor: amo-te com eterno amor, e por isso a ti estendi o meu favor'' (Jeremias 31, 2-3). Os profetas recordarão ao povo aquela experiência como um momento de meditação: "Devastarei sua vinha e sua figueira, das quais dizia: Eis a paga que me deram meus amantes. Farei delas um matagal, que os animais selvagens devorarão" (Oseías, 2, 14). João o Batista é o homem do deserto por excelência; corpo endurecido, voz que clama à conversão: sua existência faz-se caminho para o Senhor. Jesus, após o batismo, viverá no deserto uma experiência de prova que lhe levará à plena aceitação de sua própria identidade e da missão encomendada. A mesma Igreja terá sua experiência de deserto. Aparece no Apocalipse. A mulher-igreja é levada ao deserto, lugar que Deus lhe preparou como refúgio, purificação, prova e superação da perseguição: toda uma experiência de salvação que a igreja tem de viver com fidelidade.

Florescerá o deserto

Na história da espiritualidade, o deserto tem protagonizado diferentes, e inclusive contrapostas, experiências. A destacar, a dos essênios, comunidade judia de ascetas, que viveram junto ao mar Morto no século II antes de Cristo. O historiador Plínio deixou testemunho de seu estilo de vida. Os escritos que nos deixaram em Qumrán têm servido para melhorar nosso entendimento da Bíblia. Ascese (palavra grega que significa simplesmente exercício. Religiosamente, comporta esforços, renúncias e penitências em vista da perfeição) e solidão buscaram muitos cristãos no deserto, que, a partir do século II e IV, fugindo do mundo, sonhavam com a profecia de Isaías: "Os infelizes que buscam água e não a encontram e cuja língua está ressequida pela sede, eu, o Senhor, os atenderei, eu, o Deus de Israel, não os abandonarei. Sobre os planaltos desnudos, farei correr água, e brotar fontes no fundo dos vales. Transformarei o deserto em lagos, e a terra árida em fontes. Plantarei no deserto cedros e acácias, murtas e oliveiras; farei crescer nas estepes o cipreste, ao lado do olmo e do buxo,  a fim de que saibam à evidência, e pela observação compreendam, que foi a mão do Senhor que fez essas coisas, e o Santo de Israel quem as realizou." (Is 41,17-20). Pouco a pouco, esta experiência se encherá de um novo sentido, quando muitos começaram a buscar na solidão um lugar para a intimidade com Deus. São Bernardo convidava a isso: "O que deseje ouvir a voz de Deus que se retire para a solidão. Esta voz não se deixa ouvir nas praças". E São Bruno: "que delícia oferece a solidão e o silêncio do ermitão... Aqui, o olho adquire essa olhar singelo que fere de amor ao Esposo!"

Nossos desertos

Para a sabedoria cristã, o deserto converteu-se em símbolo e paradigma, A cada qual tem ante si um deserto para cruzar, que pode adotar muitas formas. A sabedoria estará em cruzá-lo, superando as tentações e ameaças. Surge, por exemplo, ante a experiência de envelhecer, de cair doente, de padecer das conseqüências de um acidente. Cruzar este tipo de deserto faz-se longo e penoso: esquecemos a clareza do céu; a fadiga e a dor exercem um pesado obstáculo. Aceitar esse fato, no entanto, pode acordar em nós um oásis. Outras vezes, é o deserto da falta de amor, a solidão: a distância que nos separa de outros seres humanos que nos torna enfraquecidos. Ainda que estejam pertos, falta comunhão; há uma ruptura dura e dolorosa. Os outros pensam, vivem e amam "de outra forma". Tudo isso, em sentido positivo, pode dar lugar ao oportuno desapego do outro, a renunciar ao possuir, e que nessa renúncia nos dê a alegria de "ser como ele". Há quem, no crepúsculo das idéias e dos sonhos, chegam a experimentar uma espécie de ausência de Deus, o sem sentido de muitas coisas, a aridez da fé, que alguém chamaria de "Noite escura". Parece que Deus se retira e se oculta, que nos abandona. Porém não é assim. O que nos abandona são nossas ilusões e fantasias; a fé não se perde, pelo contrário se começa a aprofundar nela quando perdemos nossas "crenças".

Resumindo

Resumindo os traços característicos de sabedoria espiritual do deserto, diríamos:

Somos chamados a buscar um marco de silencio e solidão para percorrer nosso caminho interior.
Devemos viver o sentido da passagem, de purificação e de provisionalidade.
Devemos ter confiança para caminhar às cegas e na austeridade, sempre abertos a solidariedade.
Devemos mudar o coração para, em liberdade, sermos capazes de oferecer a vida.

Padre Anastasio Canto
Missionário claretiano, diretor da revista IRIS DA PAZ,
falecido em Madri em 04 de março de 2009, aos 74 anos de idade,
como conseqüência de um câncer contra o  qual lutou durante alguns anos.
Que o Deus da Vida em quem sempre creu como seu salvador
o conduza à morada de luz e de vida.

 

 

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

RESUMO DA DOUTRINA CATÓLICA


 

I. O MANDAMENTO NOVO DE JESUS E AS OBRAS DE MISERICÓRDIA

 Qual foi o mandamento novo de Jesus?

O mandamento novo de Jesus foi: "Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos".

Quantas são as obras de misericórdia?

As obras de misericórdia são catorze: sete corporais e sete espirituais.

As corporais são:

1ª. Dar de comer a quem tem fome;

2ª. Dar de beber a quem tem sede;

3ª. Vestir os nus;

4ª. Dar pousada aos peregrinos;

5ª. Visitar os enfermos e encarcerados;

6ª. Remir os cativos;

7ª. Enterrar os mortos.

As espirituais são:

1ª. Dar bom conselho;

2ª. Ensinar os ignorantes;

3ª. Corrigir os que erram;

4ª. Consolar os aflitos;

5ª. Perdoar as injúrias;
6ª. Sofrer com paciência as fraquezas do próximo;

7ª. Rogar a Deus pelos vivos e defuntos.

 II. INTRODUÇÃO AS PRINCIPAIS VERDADES DE FÉ

És cristão?

Sim, sou cristão pela graça de Deus.

Quem é verdadeiro cristão?

É verdadeiro cristão quem é batizado, crê em Jesus Cristo e vive conforme os seus ensinamentos.

Por que o sinal da cruz é o sinal da do cristão?
O sinal da cruz é o sinal do cristão porque em Jesus Cristo Crucificado encontramos os principais ensinamentos da nossa fé.

Onde se encontram as verdades reveladas por Deus?

As verdades reveladas por Deus encontram-se na Sagrada Escritura e na Tradição.

Que é a Sagrada Escritura?

A Sagrada Escritura é a Palavra de Deus escrita no Antigo e no Novo Testamento.

Que é a Tradição?

A Tradição é a Palavra de Deus não escrita na Sagrada Bíblia, mas transmitida por Jesus aos Apóstolos e por estes à Igreja.

III. O CREDO - DEUS CRIADOR

Quem é Deus?

Deus é o nosso Pai, que está nos céus, Criador e Senhor de todas as coisas, que premia os bons e castiga os maus.

Há um só Deus?

Sim, há um só Deus.

A quem chamamos Santíssima Trindade?

Chamamos Santíssima Trindade ao mesmo Deus, que é Pai, Filho e Espírito Santo, três Pessoas distintas e um só Deus verdadeiro.

Por que Deus é Criador?

Deus é Criador porque só Ele criou e pode criar todas as coisas, e por ninguém foi criado.

Deus cuida das coisas criadas?

Deus cuida e tem providência das coisas criadas, e  conserva-as e dirige-as todas ao seu próprio fim, com sabedoria, bondade e justiça infinita.

 Os anjos e o homem

Quem são os Anjos?

Os Anjos são espíritos puros, isto é, sem corpo, que têm entendimento e vontade.

Para que criou Deus os Anjos?

Deus criou os Anjos para que O louvem, obedeçam e sejam felizes no Céu, para serem os seus mensageiros e cuidarem dos homens.

Quem é o Anjo da Guarda?

O Anjo da Guarda é o Anjo que Deus nos dá a cada um para que nos guarde na terra e nos guie para o Céu.

Quem são os demônios?

Os demônios são espíritos maus, anjos que se revoltaram contra Deus, e por isso foram precipitados no inferno.

Quem é o homem?

O homem é um ser racional e livre, composto de corpo e alma, criado por Deus à sua imagem e semelhança.

Que é a alma?

A alma é a parte espiritual do homem, pela qual ele vive, entende e é livre. A alma do homem não morre com o corpo, mas vive eternamente porque é espiritual.

Para que fim criou Deus o homem?

O homem foi criado para conhecer, amar e servir a Deus neste mundo e assim merecer a vida com o próprio Deus para sempre no céu.

Este fim alcança-se sempre?

Este fim não se realiza quando deixamos de cumprir a Vontade de Deus.

Jesus Cristo e Nossa Senhora

Quem é Jesus Cristo?

Jesus Cristo é o Filho de Deus feito homem, que nasceu da Virgem Maria. É a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade feita homem.

Por que o Filho de Deus se fez homem?

O Filho de Deus se fez homem para nos salvar, isto é, para nos remir do pecado e nos conquistar o Paraíso.

Como se realizou a Encarnação do Filho de Deus?

A Encarnação do Filho de Deus realizou-se com o Espírito Santo formando nas entranhas da Virgem Maria um corpo perfeitíssimo e criando uma alma nobilíssima que uniu ao corpo; no mesmo instante, uniu-se a este corpo e alma o próprio Filho de Deus; e desta maneira aquele que era só Deus, sem deixar de sê-lo, ficou sendo também homem.

Onde nasceu, viveu e morreu Jesus Cristo?

Nasceu em Belém, viveu a maior parte da sua vida, até os trinta anos, em Nazaré; durante três anos pregou e fez milagres por toda a Palestina, morrendo crucificado em Jerusalém, no monte Calvário. Aos rês dias ressuscitou e, depois de ter aparecido durante quarenta dias à sua Mãe, às santas mulheres e também aos Apóstolos, aos discípulos e a outras pessoas, subiu aos céus.

Que fez Jesus Cristo para nos salvar?

Para nos salvar, Jesus Cristo satisfez pelos nossos pecados, sofrendo e sacrificando-se na Cruz, e ensinou-nos a viver segundo a vontade de Deus.

Que devemos fazer para viver segundo a vontade de Deus?

Para viver segundo a vontade de Deus, devemos acreditar nas verdades reveladas por Ele e observar os seus Mandamentos com o auxílio da sua graça, que se obtém por meio dos Sacramentos e da oração.

Quem é a Virgem Maria?

A Virgem Maria é a Senhora cheia de graça e de virtudes, concebida sem pecado, que é a Mãe de Deus e Mãe nossa, e está no Céu em corpo e alma.

Quais são os principais privilégios da Virgem Maria?

Os principais privilégios da Virgem Maria são: sua Conceição Imaculada, sua perpétua Virgindade, sua Maternidade divina e sua Assunção em corpo e alma aos céus. Este privilégios foram definidos como dogmas de fé.

O Espírito Santo e a Igreja

Quem é o Espírito Santo?

O Espírito Santo é a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, que procede do Pai e do Filho.

Quando enviou Jesus Cristo o Espírito Santo?

Jesus Cristo enviou o Espírito Santo à sua Igreja no dia de Pentecostes, dez dias depois da sua Ascensão aos céus.

Que é a Igreja?

A Igreja é o Corpo de Cristo formado pelos batizados que professam a mesma fé em Jesus Cristo, participam dos mesmos Sacramentos e obedecem ao Papa e aos Bispos em comunhão com o Papa.

Quem são os pastores visíveis da Igreja?

Os pastores visíveis da Igreja são o Papa, sucessor de São Pedro, e os Bispos, sucessores dos Apóstolos.

Quem é o papa?

O papa, ou Romano Pontífice, é o Vigário de Cristo na terra, sucessor de são Pedro, que faz as vezes de Cristo no governo de toda a Igreja.

Quem são os Bispos?

Os bispos são os sucessores dos apóstolos, colocados pelo Espírito Santo para que, juntamente com o Papa e sob a sua autoridade, continuem a missão de Cristo em toda a Igreja, especialmente cada um na sua própria diocese.

Estarão todos os cristãos chamados à santidade e ao apostolado?

Todos os cristãos estão chamados à santidade e ao apostolado pelo próprio fato de terem recebido o batismo e a confirmação.

Deus remunerador

Quais são os "novíssimos" do homem?

Os novíssimos ou as últimas coisas que nos hão de acontecer são: Morte, Juízo, Inferno e Paraíso.

Que quer dizer a "ressurreição da carne"?

A "ressurreição da carne" quer dizer que , como Cristo ressuscitou, assim também nós ressuscitaremos no fim do mundo, voltando a unir-se a alma com os nossos mesmos corpos para nunca mais morrermos.

Que é o céu?

O Céu é o lugar onde os bons vivem com Deus eternamente felizes.

Quem vai para o céu?

Vão para o Céu os que morrem na graça de Deus.

Que é o purgatório?

O Purgatório é o lugar de sofrimento onde se purificam, antes de entrarem no Céu, aqueles que morrem na graça de Deus, mas sem terem satisfeito pelos seus pecados.

Que é o inferno?

O Inferno é o lugar onde os maus, afastados de Deus,, sofrem penas eternas.

Quem vai para o inferno?

Para o Inferno vão os que morrem em pecado mortal, porque rejeitaram a graça de Deus.

IV. OS  MANDAMENTOS

Que Mandamentos deve cumprir o cristão?

O cristão deve cumprir os Mandamentos da Lei de Deus e os da Santa Madre Igreja.

Quantos são os Mandamentos da Lei de Deus? Os Mandamentos da Lei de Deus são dez:

1º. Amar a Deus sobre todas as coisas;

2º. Não tomar seu santo nome em vão;

3º. Guardar os domingos e festas;

4º. Honrar pai e mãe;

5º. Não matar;

6º. Não pecar contra a castidade;

7º. Não furtar;

8º. Não levantar falso testemunho;

9º. Não desejar a mulher do próximo;

10º. Não cobiçar as coisas alheias.

Estes dez mandamentos resumem-se em dois, que são: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.

Que são os Mandamentos da Igreja?

Os Mandamentos da Igreja são os preceitos que a Igreja nos dá em virtude do poder recebido de Jesus, para ajudar-nos a cumprir a Lei de Deus e assim conseguirmos a nossa salvação eterna.

Quais são os Mandamentos da Igreja?

Os principais Mandamentos da Igreja são cinco:

1º. Ouvir Missa inteira aos domingos e festas de guarda;

2º. Confessar ao menos uma vez por ano os pecados mortais;

3º. Comungar ao menos pela Páscoa da Ressurreição;

4º. Jejuar e abster-se de carne quando manda a Santa Madre Igreja;

5º. Pagar dízimos conforme o costume.

Quem está obrigado a ouvir Missa aos domingos e festas de guarda?

Estão obrigados a ouvir Missa aos domingos e festas de guarda todos os cristãos que cumpriram os sete anos e chegaram ao uso da razão.

Dias com obrigação de ouvir Missa

1)todos os domingos do ano.

2)dia 1º de janeiro, festividade de Santa Maria, Mãe de Deus.

3)festividade do Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi), celebrada na    quinta-feira depois do domingo da Santíssima Trindade.

4)8 de dezembro, festividade da Imaculada Conceição da Virgem Maria.

5)25 de dezembro, Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Lei do jejum e abstinência

1) "Toda sexta-feira do ano é dia de penitência, a não ser que coincida com alguma solenidade do calendário litúrgico. Nesse dia os fiéis devem abster-se de carne ou outro alimento, ou praticar alguma forma de penitência, principalmente alguma obra de caridade ou algum exercício de piedade".

2) "A Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira Santa, memória da Paixão e Morte de Cristo, são dias de jejum e abstinência. A abstinência pode ser substituída pelos próprios fiéis por outra prática de penitência, caridade ou piedade, particularmente pela participação nesses dias na Sagrada Liturgia" (Decreto 4-86, da CNBB).

3) Idade da obrigação: a abstinência obriga a partir dos 14 anos completos; o jejum a partir dos 21 anos completos até 60 anos começados.

V. PECADOS E VIRTUDES

Que é pecado?

Pecado é toda desobediência voluntária à Lei de Deus ou da Igreja.

Que é o pecado original?

O pecado original é o pecado que a humanidade cometeu em Adão, sua cabeça, e que [de Adão] todos os homens contraem por descendência natural. O pecado original apaga-se com o Batismo.

Que é pecado mortal?

Pecado mortal é uma desobediência à Lei de Deus ou da Igreja em matéria grave, feita com pleno conhecimento e consentimento deliberado.

Que é pecado venial?

Pecado venial é uma desobediência à Lei de Deus ou da Igreja em matéria leve, ou em matéria grave mas sem pleno conhecimento e perfeito consentimento.

Que é virtude?

A virtude é um hábito bom, uma disposição permanente da alma para atuar bem.

Quais são as virtudes próprias do cristão?

As virtudes próprias do cristão são as virtudes sobrenaturais, especialmente a fé, a esperança e a caridade, que são chamadas virtudes teologais ou divinas.

Quais são as principais virtudes morais?

As principais virtudes morais são: a religião, que nos faz prestar a Deus o culto devido, e as quatro virtudes cardeais: prudência, justiça, fortaleza e temperança, que nos fazem honestos no viver.

Que é vício?

Vício é a inclinação para o pecado adquirida pela repetição de atos maus.

Quantos são os vícios ou pecados capitais?

Os pecados capitais são sete: soberba, avareza, luxúria, ira, gula, inveja e preguiça.

Como se vencem os pecados capitais?

Os pecados capitais vencem-se com a prática das virtudes opostas:

contra a soberba, humildade;

contra a avareza, liberalidade;

contra a luxúria, castidade;

contra a ira, paciência;

contra a gula, temperança;

contra a inveja, caridade;

contra a preguiça, diligência.

Quantos são os pecados contra o Espírito Santo?

Os pecados contra o Espírito Santo são seis:

1º. Desesperação da salvação;

2º. Presunção de se salvar sem merecimento;

3º. Contradizer a verdade conhecida como tal;

4º. ter inveja das mercês que Deus faz aos outros;

5º. Obstinação no pecado;

6º. Impenitência final.

Quantos são os pecados que bradam ao céu?

Os pecados que bradam ao céu são quatro:

1º. Homicídio voluntário;

2º. Pecado sensual contra a natureza;

3º. Opressão dos pobres;

4º. Não pagar o salário a quem trabalha.

Quantos são os inimigos da alma?

Os inimigos da alma são três: o Mundo, o Demônio e a Carne.

Qual o remédio contra o pecado?

O remédio contra o pecado é a graça de Deus pelos méritos de Jesus Cristo, que Ele nos concede pela oração e pelos sacramentos, e com a qual devemos cooperar por meio das boas obras.

A oração

Que é a oração?

A oração é uma elevação do espírito e do coração a Deus, para o adorar, para lhe dar graças e para lhe pedir aquilo de que precisamos.

Como se deve orar?

Deve-se orar refletindo que estamos na presença da infinita majestade de Deus e precisamos da sua misericórdia, e por isso devemos comportar-nos de maneira humilde, atenta e devota.

É necessário orar?

É necessário orar muitas vezes porque Deus o manda; ordinariamente, é só quando se ora que Ele concede as graças espirituais e temporais.

Que é o Pai-nosso?
O Pai-nosso é a oração ensinada e recomendada por Jesus Cristo.

Com que oração invocamos especialmente Nossa Senhora?

Invocamos especialmente Nossa Senhora com a Ave-Maria ou saudação angélica

As Bem-aventuranças

Quantas são as Bem-aventuranças?

As Bem-aventuranças são oito:

1ª. Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus;

2ª. Bem-aventurados os mansos, porque eles possuirão a terra;

3ª. Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados;

4ª. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados;

5ª. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia;

6ª. Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus;

7ª. Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de eus;

8ª. Bem-aventurados os que padecem perseguição por amor da justiça, porque deles é do reino dos céus.

VI. OS SACRAMENTOS

Que se entende por Sacramento?

Por Sacramento entende-se um sinal sensível e eficaz da graça, instituído por Jesus Cristo para santificar as nossas almas.

Como se santificam os Sacramentos?

Os Sacramentos santificam dando-nos a primeira graça santificante que apaga o pecado, ou aumentando a graça que já possuímos.

Que é a graça?

A graça é um dom sobrenatural que Deus concede para alcançar a vida eterna. A graça santificante nos faz filhos de Deus e herdeiros do céu.

Quantos são os Sacramentos?

Os Sacramentos são sete:

1º. Batismo;

2º. Confirmação ou crisma;

3º. Eucaristia;

4º. Penitência ou confissão;

5º. Unção dos enfermos;

6º. Ordem;

7º. Matrimônio.

Que devemos fazer para conservar a graça dos Sacramentos?

Para conservar a graça dos Sacramentos, devemos corresponder da nossa parte com a ação própria, praticando o bem e evitando o mal.

Sobre o batismo

Que é batismo?

O Batismo é o Sacramento pelo qual renascemos para a graça de Deus e nos tornamos cristãos.

Quais são os efeitos do batismo?

O Sacramento do Batismo confere a primeira graça santificante, que apaga o pecado original e também o atual, se o há; perdoa toda pena por eles devida; imprime o caráter de cristão; faz-nos filhos de Deus, membros da Igreja e herdeiros do Paraíso, e torna-nos capazes de receber os outros Sacramentos.

Como se batiza?

Batiza-se derramando água sobre a cabeça do batizando, ou, não podendo ser sobre a cabeça, sobre qualquer outra parte principal do corpo, dizendo ao mesmo tempo: Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

Sobre a confirmação

Que é a Confirmação?
A Confirmação ou Crisma é um Sacramento que nos dá o Espírito Santo, imprime na nossa alma o caráter de soldados de Cristo e nos faz perfeitos cristãos.

Quais são os dons do Espírito Santo que recebemos na confirmação?

Os dons do Espírito Santo que recebemos na Confirmação são sete:

1º. Sabedoria;

2º. Entendimento;

3º. Conselho;

4º. Fortaleza;

5º. Ciência;

6º. Piedade;

7º. Temor de Deus.

Quais são os frutos do Espírito Santo?

Os frutos do Espírito Santo são: caridade, gozo, paz, paciência, benignidade, longanimidade, mansidão, fé, modéstia, continência e castidade.

Sobre a penitência

Que é o Sacramento da Penitência?

A Penitência ou Confissão é o Sacramento instituído por Jesus Cristo para perdoar os pecados cometidos depois do Batismo.

Quantas coisas são necessárias para fazer uma boa confissão?

São necessárias cinco coisas:

1ª. Exame de consciência (lembrar-se dos pecados cometidos);

2ª. Dor ou arrependimento dos pecados;

3ª. Propósito de nunca mais pecar;

4ª. Confissão ou acusação dos pecados;

5ª. Cumprimento da penitência.

É necessário confessar-se individualmente?

A Igreja ensina que, por direito divino, é necessário confessar individualmente todos e cada um dos pecados mortais, bem como as circunstâncias que mudam a espécie dos pecados; e que a confissão individual e íntegra, com a absolvição a cada penitente, permanece o único meio ordinário pelo qual os fiéis se reconciliam com Deus e com a Igreja, a não ser que a verdadeira impossibilidade física ou moral os dispense deste modo de confissão.

Quais são as vantagens da confissão freqüente?

Com a confissão freqüente, também chamada confissão de devoção, recomendada por todos os Papas, aumenta o conhecimento próprio, cresce a humildade cristã, eliminam-se os maus costumes, combate-se a tibieza e a indolência espiritual, robustece-se a vontade, leva-se a cabo a salutar direção das consciências e aumenta a graça em virtude do sacramento.

Sobre a eucaristia

Que é a Eucaristia?

A Eucaristia é um Sacramento que, pela admirável conversão de toda a substância do pão no Corpo de Jesus Cristo, e de toda a substância do vinho no seu precioso Sangue, contém verdadeira, real e substancialmente o Corpo, Sangue, Alma e Divindade do mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor, debaixo das aparências de pão e de vinho, para ser nosso alimento espiritual.

Quando é que o pão e o vinho se tornam Corpo e Sangue de Jesus?

O pão e o vinho tornam-se Corpo e Sangue de Jesus no momento da Consagração, na Missa. Esta miraculosa conversão é chamada Transubstanciação pela Igreja.

Depois da Consagração não fica nada do pão e do vinho?

Depois da Consagração já não fica nem pão nem vinho, mas ficam somente as respectivas espécies ou aparências, sem a substância.

Há obrigação de receber a comunhão?

Há obrigação de receber a comunhão todos os anos pela Páscoa, e em perigo de morte como viático.

É coisa boa e útil comungar freqüentemente?

É coisa ótima comungar freqüentemente e até todos os dias, contanto que se faça com as devidas disposições.

Que é a santa Missa?

A Santa Missa é o Sacrifício do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo, oferecido sobre o altar debaixo das aparências do pão e do vinho, renovando de forma incruenta o sacrifício da Cruz.

Sobre a unção dos enfermos

Que é a Unção dos Enfermos?

A Unção dos Enfermos é o Sacramento instituído para alívio espiritual e também temporal dos enfermos em perigo de morte.

Quais são os efeitos da Unção dos Enfermos?

Os efeitos da Unção dos Enfermos são:

1º. Aumenta a graça santificante;

2º. Apaga os pecados veniais e também os mortais que o enfermo arrependido já não possa confessar;

3º. Tira a fraqueza e languidez para o bem que fica ainda depois de se ter alcançado o perdão dos pecados;

4º. Dá força para suportar pacientemente o mal, resistir às tentações e morrer santamente;

5º. Ajuda a recuperar a saúde do corpo, se isso for útil à salvação da alma.

Quem deve receber a Unção dos Enfermos?

A Unção dos Enfermos deve ser conferida com todo o cuidado e diligência aos fiéis que, por doença ou idade avançada, estão em grave perigo de vida.

Que obrigação têm os familiares e os que assistem o enfermo?

Os familiares e os que assistem o enfermo têm obrigação grave de procurar que receba a Santa Unção, se possível antes de que perca o conhecimento.

Sobre a ordem sacerdotal

Que é a Ordem Sacerdotal?

A Ordem Sacerdotal é o Sacramento que dá o poder de exercer os ministérios sagrados que se referem ao culto de Deus e à salvação das almas, e que imprime na alma de quem o recebe o caráter de ministro de Deus: Bispo, Sacerdote ou Diácono.

Que concede o Sacramento da Ordem àqueles que o recebem?

O Sacramento da Ordem concede aos que o recebem o aumento da graça santificante, o caráter sacramental que lhes dá poder para exercer as funções sagradas, e as graças para fazê-lo dignamente.

Quais são as principais funções do sacerdote?

As principais funções do sacerdote são: celebrar a Santa Missa, administrar os Sacramentos e pregar a palavra de Deus.

Sobre o matrimônio

Que é Matrimônio?

O Matrimônio é o Sacramento instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, que estabelece uma união santa e indissolúvel entre o homem e a mulher, e lhes dá a graça de se amarem mutuamente e de educarem cristãmente os filhos.

Como devem receber este Sacramento?

É preciso receber o Sacramento do Matrimônio em graça de Deus; se se recebe em pecado mortal, o Matrimônio é valido, mas comete-se um grave sacrilégio.

Quem é o ministro do Sacramento do Matrimônio?

O ministro do Sacramento do Matrimônio são os próprios cônjuges.

Quais são os fins do Matrimônio?

Os fins do Matrimônio são a procriação e a educação dos filhos, o amor e a ajuda mútua entre os esposos e o remédio da concupiscência.

Quais são as propriedades do Matrimônio? As propriedades do Matrimônio são a unidade e a indissolubilidade; isto é, deve ser de um com uma e para sempre.

Que devem fazer os esposos cristãos para viverem santamente?

Para viverem santamente, os esposos cristãos devem amar-se e guardar fidelidade um ao outro, receber os filhos que Deus lhes dê e educá-los cristãmente.

VII. AS  INDULGÊNCIAS

da Constituição "Indulgentiarum Doctrina", de Paulo VI, de 1º de janeiro de 1967

Que são as indulgências?

Indulgência é a remissão diante de Deus da pena temporal devida pelos pecados, já perdoados no que se refere à culpa, que ganha o fiel, convenientemente preparado, em certas e determinadas condições, com ajuda da Igreja que, como administradora da Redenção, dispensa e aplica com plena autoridade o tesouro dos méritos de Cristo e dos Santos.

Quantas espécies há de indulgência?

Há duas espécies: a plenária e a parcial, segundo libertam totalmente ou em parte da pena temporal devida pelos pecados. Tanto uma como a outra podem aplicar-se pelos defuntos a modo de sufrágio.

Quantas indulgências plenárias se podem ganhar por dia? Somente uma por dia, a não ser in articulo mortis, caso em que o fiel poderá ganhar a indulgência plenária por esse motivo, ainda que no mesmo dia tenha ganho já outra indulgência plenária.

Que se requer para ganhar indulgência plenária?

Requer-se:

a) realizar a obra enriquecida com a indulgência;

b) confissão sacramental;

c) comunhão eucarística, e

d) oração pelas intenções do Papa. Além disso, é necessário que não exista nenhum afeto a qualquer pecado, mesmo venial.

Quando se devem cumprir as condições de confissão, comunhão e oração pelo Papa?
Ainda que possam cumprir-se alguns dias antes ou depois da execução da obra prescrita, é conveniente que a comunhão e a oração pelo Papa se realizem no mesmo dia em que se faça a obra. Com uma só confissão podem ganhar-se várias indulgências plenárias; pelo contrário, com uma só comunhão e uma só oração pelo Papa, somente se pode ganhar uma indulgência plenária.

Que é que se perdoa com uma indulgência parcial?

Ao fiel que, pelo menos com o coração contrito, realiza uma obra enriquecida com indulgência parcial, é-lhe concedida, por graça da Igreja, uma remissão da pena temporal igual à que ele recebe pela própria obra.

Principais obras indulgenciadas

Com data de 29 de junho de 1968, a Sagrada Penitenciaria Apostólica publicou o decreto promulgatório do novo "Enchiridion das Indulgências". Apresentamos a seguir um resumo desse decreto.

Concessões gerais:

1. "Concede-se indulgência parcial ao fiel que, ao cumprir os seus deveres e ao suportar as dificuldades da vida, eleva o espírito a Deus, com humilde confiança, acrescentando – inclusive apenas mentalmente – alguma piedosa invocação";

2. "Concede-se indulgência parcial ao fiel que, com espírito de fé, se entrega a si mesmo ou os seus bens com ânimo misericordioso ao serviço dos irmãos necessitados" (qualquer necessidade: no corpo, na alma, na inteligência);

3. Concede-se indulgência parcial ao fiel que espontaneamente, com espírito de penitência, se priva de alguma coisa lícita que lhe é agradável".

Orações e práticas indulgenciadas com indulgência plenária:

1. Adoração ao Santíssimo Sacramento, pelo menos durante meia hora;

2. Leitura da Sagrada Escritura, pleo menos durante meia hora;

3. Exercício da Via-Sacra, diante das estações legitimamente erigidas;

4. Recitação do terço do Rosário na Igreja ou oratório ou em família, em comunidade religiosa ou em associação piedosa;

5. Recitação da oração a Jesus Crucificado nas Sextas-feiras da Quaresma. Nos outros dias do ano, há indulgência parcial;

6. Assistência ao ato de clausura de Congresso Eucarístico;

7. Exercícios espirituais ou retiro que durem pelo menos três dias;

8. Primeira Comunhão: aos que a fazem ou assistem à celebração;

9. Primeira Missa solene do neo-sacerdote e aos que assistem à mesma;

10.  Datas jubilares da ordenação sacerdotal (25º, 50º e 60º aniversário) ao sacerdote e aos que assistem à Missa, celebrada com certa solenidade;

11. Visita à igreja catedral e paroquial no dia da festa do titular e no dia 02 de agosto; 12. Visita à igreja ou ao altar no dia da sagração;

13. Visita à igreja ou ao oratório na comemoração de todos os fiéis defuntos (só aplicável aos defuntos). Esta indulgência, com o consentimento do Ordinário, pode ganhar-se no Domingo anterior ou posterior ao dia de Todos os Santos;

14. Visita à igreja e ao oratório dos religiosos na festa do Santo Fundador;

15. Renovação das promessas batismais, usando qualquer fórmula aprovada, no dia da Vigília Pascal e no dia do aniversário do Batismo.

Ações e práticas indulgenciadas com indulgência parcial:

1. A recitação do Angelus ou Regina Coeli;

2. A oração Lembrai-vos;

3. A novena antes do Natal do Senhor, do Pentecostes ou da Imaculada Conceição, feita em público;

4. Oração pelas vocações sacerdotais ou religiosas. A oração deve ser aprovada pela autoridade eclesiástica, com este fim;

5. A Salve Rainha;

6. A recitação da oração Alma de Cristo;

7. O ensino e o aprendizado de qualquer matéria de doutrina cristã;

8. O uso de um objeto piedoso (crucifixo, cruz, terço, escapulário, medalha) bento por um sacerdote. Se for bento pelo papa ou por um Bispo, o fiel que o usar devotamente pode ganhar indulgência plenária no dia da festa de São Pedro e São Paulo, acrescentando, com qualquer fórmula legítima, a profissão de fé.